segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O que fazemos com nossos ídolos?


Que eles estão por toda parte e fazem parte da nossa vida, simplesmente como pessoas admiráveis ou como verdadeiros mitos, eles estão e disso não se pode ter dúvida. Mas o que fazemos com estas pessoas... para onde as mandamos quando, por algum motivo, elas saem da cena principal? Fiquei pensando nisso quando vi a entrevista que o ex-jogador e ex-treinador do Flamengo, Andrade, concedeu ao programa Esporte Espetacular.

Até o ano passado não conhecia muito da história de Jorge Luís Andrade da Silva. Para mim ele era o auxiliar técnico do Flamengo, que estava lá há um bom tempo. Ponto. No ano passado ele se tornou o grande líder de um time que saiu da lama para conquistar o sexto título brasileiro. Muito mais do que isso ele foi o exemplo do ídolo-fã. Aquele que construiu uma carreira como jogador, fez parte de uma geração de ouro, e também fez grandes conquistas do outro lado. Guardada as devidas proporções acho que Andrade, tem um pouco de Zico com relação a isto.

Tirando esta parte, digamos, mais emocional. Claro que a diretoria teve seus motivos e o caso não é a demissão.

Vamos pensar em uma coisa. Quantos técnicos são demitidos (e nunca vi um país para tanto rodízio de treinador de futebol) e quantos, de fato, ficam desempregados por mais de seis meses? Poucos, bem poucos. Eles são a cara de um time e no dia seguinte estão em outros. Vamos pensar que o Murici, para mim, era a cara do São Paulo; o Felipão era a cara do Grêmio e depois do Palmeiras assim como o Luxemburgo foi durante um tempo a cara do time do Palestra Itália.

Porque o Andrade não está empregado é a dúvida que paira no ar. Será incompetência técnica (acho difícil, especialmente por 2009); sua imagem está associada ao do clube rubro-negro (talvez); preconceito (espero que não. Aliás, só levanto esta hipótese porque a levantaram ontem na entrevista).

Na verdade só estou escrevendo este texto porque realmente fiquei intrigada com a matéria de ontem (é o jornalismo agendando nossos assuntos lembram colegas jornalistas). Não quero desmerecer o trabalho de ninguém. Quero saber o que fazemos com nossa memória e com pessoas que foram, e são, importantes dentro da história de um esporte tão falado dentro do Brasil. Claro, Andrade não será o primeiro nem o último e ai está a minha preocupação.

4 comentários:

  1. Flamenguista q sou vejo o caso Andrade como um erro de gestão que esta impregnada no mengão (muito tempo) e que acaba refletindo dentro do campo,os resultados estão ai.
    Mas creio estarmos passando por uma transição,temos uma presidente bem intencionada e um diretor de pele rubro negra.
    Quanto aos nossos idolos...a propria Globo q editou a materia com musica de fundo implorando p q chorassemos com ele,foi a mesma q expos ele o suficiente p/ ser demitido.
    P/ quem ele é idolo vai continuar sendo,os que esquecem é porque somente gostavam e isso é muito superficial para quem enxerga um idolo.
    Rudfla..sempre..apisar dos pisares!
    Valeu!!

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  2. Concordo. Na verdade a má gestão pode ser vista em vários times brasileiros (para não dizer no futebol brasileiro) mas é uma tendência que vem mudando (graças a Deus!). Os veículos de comunicação, claro, têm grande culpa neste cartório. Sempre bom lembrar que ao mesmo tempo que eles servem para que a democracia de fato aconteça também são ferramentas para a manutenção de um status que dá poder aos que já têm poder. Um abraço Rudfla.

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  3. Fiquei penalizada com a situação de Andrade... um exemplo vivo do desprezo que o ser humano tem pela "derrota", esquecendo tudo o que a pessoa fez de bom na ocasião da "perda" de uma partida.
    Valorizar quem faz o futebol no Brasil é condição si ne qua non para que se volte a fazer o futebol arte.
    Clau, parabéns pelo espaço!
    Beijo,
    Marília.

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  4. Coisas do esporte brasileiro.... Mas como disse meu amigo Rudfla quem é fã, sabe valorizar seus ídolos (que bom!!!!! e tomara!) Um abraço querida.

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