Se tem uma coisa da qual eu me arrependi esta semana foi de não ter visto o jogo Santos e Flamengo na última quarta-feira (27 de julho). Não vi porque primeiro tive um compromisso, daqueles que não dá para faltar, segundo porque, quando cheguei em casa ainda estava passando mas o cansaço era tanto que preferi ir para cama e dormir um bom sono (se é que isso seria possível com um torcedor em casa). Não me rendi aos encantos do jogo e agora me arrependo. Vi os momentos que passaram em todos os canais, jornais, sites e tudo mais. E foi, de fato um jogão. Como ouvi um dos jornalistas falar: daqueles que até quem não gosta de futebol admira.
E isso não foi só pelo número de gols: nove (sabe o que é isso?), mas pelos lances LINDOS que os envolvidos proporcionaram (e aqui deve-se citar especialmente Ronaldinho Gaúcho – o que foi aquela cobrança de falta? – e Neymar – adoro o Angelim, mas aquele drible...nossa). O que não se viu foi retranca. Nenhum dos dois times se fechou só porque estava ganhando ou só porque estava perdendo. Tanto que a posse de bola foi bem equilibrada: 53,88% pra o Flamengo e 46,12% para o Santos. Foi mágico!
Acho que os últimos acontecimentos (incluo aqui a Copa América, que , certamente mereceria um outro post) me permitiram começar a explicar porque eu gosto do futebol. O futebol permite o improvável – como foi o caso da derrota do Brasil e da Argentina – mas também possibilita o equilíbrio sem igual e com muito respeito. Achei muito massa e poucas vezes (para não dizer nenhuma) vi um time que perdeu sair sem reclamar, como também vi torcedor vencedor dizer que naquele jogo empatar não seria um mau resultado (para os que conhecem não foi o Sr Guto que falou isso).
Então tá, vou tentar voltar aqui com mais frequência.
futebol de saias
Um blog escrito por uma mulher que gosta de futebol e estuda o esporte. Nem sempre técnico ou científico. Digamos que é um ponto de vista sobre o assunto.
domingo, 31 de julho de 2011
terça-feira, 29 de março de 2011
Lista de livros sobre futebol
Sociologia do futebol (Richard Giulianotti. Editora Nova Alexandria): este eu não li inteiro mas utilizo muito tendo em vista o meu objeto de estudo: o futebol. Ele é bem interessante e explica muitas coisas interessantes. É um texto teórico e trata de questões ligadas ao esporte no mundo.
Time dos Sonhos (Luis Fernando Veríssimo. Editora Objetiva): Eu sempre gostei do Luis Fernando Veríssimo. É bem interessante. São crônicas que foram publicadas em jornais. Nele Veríssimo coloca toda a sua paixão. Fiz um post no Leio Enleio, já que este eu li inteiro. Diferente dos outros livros não é um estudo acadêmico.
Footballmania (Leonardo Affonso de Miranda Pereira. Editora Nova Fronteira): este eu comprei recentemente e li pouco mas já tem muitas marcações que certamente utilizarei em meus estudos. Mas o subtítulo pode mostrar o tema da obra: Uma história social do futebol no Rio de Janeiro, 1902 – 1938.
O futebol explica o Brasil (Marcos Guterman. Editora Contexto): Li inteiro e é muito legal! Ele não é apenas uma história do futebol ele une a história do Brasil com a do esporte. É muito interessante porque é difícil encontrar esta relação, apesar de muitas pessoas fazerem isto.
Futebol 10 ( Martin Cloake, Glenn Dakin, Adam Powley, Aidan Radnedge e Catherine Saunders. Editora ARX): Não é um livro difícil de ler e para os que não são muito chegados as letras tem bastante gráfico, fotos e mapas. Mostra um pouco do futebol nos cinco continentes e eu comprei durante a Copa de 2010.
A Copa que ninguém viu e a que não queremos lembrar (Jô Soares,Armando Nogueira e Roberto Muylaert. Companhia das Letras):Trata da Copa de 1950 e 1954. São histórias muito legais de quem acompanhou os dois eventos. Vale muito a pena.
Time dos Sonhos (Luis Fernando Veríssimo. Editora Objetiva): Eu sempre gostei do Luis Fernando Veríssimo. É bem interessante. São crônicas que foram publicadas em jornais. Nele Veríssimo coloca toda a sua paixão. Fiz um post no Leio Enleio, já que este eu li inteiro. Diferente dos outros livros não é um estudo acadêmico.
Footballmania (Leonardo Affonso de Miranda Pereira. Editora Nova Fronteira): este eu comprei recentemente e li pouco mas já tem muitas marcações que certamente utilizarei em meus estudos. Mas o subtítulo pode mostrar o tema da obra: Uma história social do futebol no Rio de Janeiro, 1902 – 1938.
O futebol explica o Brasil (Marcos Guterman. Editora Contexto): Li inteiro e é muito legal! Ele não é apenas uma história do futebol ele une a história do Brasil com a do esporte. É muito interessante porque é difícil encontrar esta relação, apesar de muitas pessoas fazerem isto.
Futebol 10 ( Martin Cloake, Glenn Dakin, Adam Powley, Aidan Radnedge e Catherine Saunders. Editora ARX): Não é um livro difícil de ler e para os que não são muito chegados as letras tem bastante gráfico, fotos e mapas. Mostra um pouco do futebol nos cinco continentes e eu comprei durante a Copa de 2010.
A Copa que ninguém viu e a que não queremos lembrar (Jô Soares,Armando Nogueira e Roberto Muylaert. Companhia das Letras):Trata da Copa de 1950 e 1954. São histórias muito legais de quem acompanhou os dois eventos. Vale muito a pena.
quarta-feira, 23 de março de 2011
Caiu na área é pênalti
Eu sei que estou devendo um monte de comentários e eu sei que, por serem factuais, dificilmente conseguirei colocá-los aqui. Mas vamos por parte. Primeiro, estou feliz de conseguir voltar a escrever neste espaço. Realmente estava com saudades. Depois, de todos os assuntos que tratam de futebol que foram abordados nos últimos meses decidi que escreveria mais uma para o glossário do futebol. O tema agora é pênalti. Pensei nele na semi final da Taça Guanabara entre Flamengo e Botafogo. Eu sei, o Campeonato Carioca está quase acabando mas só agora deu certo de escrever e como não o jogo foi só a fonte inspiradora achei que não teria problema. Então vamos ao tema.
Pênalti nada mais é do que uma falta que aconteceu dentro da grande área (para constar, grande área é a maior área marcada em torno do gol e pequena área é a menor área marcada em torno do gol). Mas, claro, não é só cair na área para ser pênalti. Se colocarem a mão na bola dentro da área também é pênalti (já que, só para lembrar, no futebol não é permitido colocar a mão na bola, é falta, portanto). Então se foi um passo fora da área é só falta. Mas o pênalti também entra em campo quando de um jogo precisa sair um vencedor mas termina empatado. O exemplo mais clássico, para os brasileiros é da final de 1994.
Se fôssemos comparar com outro esporte (dadas as devidas proporções e regras, claro) poderíamos pensar no basquete, mais precisamente no lance livre do basquete. A diferença mais visível é que enquanto o basquete tem apenas um jogador participando da ação no futebol temos dois – o goleiro e um jogador de linha. O handebol também tem disso, o tiro de sete metros. Mas não é nada disso que eu quero falar – e é ao mesmo tempo.
Vocês já pensaram no momento do pênalti. Aquele instante que antecede a saída da bola da marca. Para nós, meros torcedores, é fácil chamar o jogador que bateu e errou e XNU*EO&Ï&RTIYEOYETU assim como fica fácil exaltar o goleiro que pegou a bola e vice-verso. Mas além de técnica, e não há dúvida de que tem ter técnica, tem que ter treino, muito treino de bola e de emoção. Ai que entra o X da questão. A bola é importante mas controlar a emoção é fundamental. Clubes e seleções devem treinar isso com seus jogadores, até porque um dos dois jogadores vai perder aquele lance, mesmo que o goleiro não pegue a bola e ela vá, sim, para fora. Eu acho que são justamente dirigentes e jogadores que, junto com os torcedores, fazem este momento emocional que envolve o jogo e neste momento concentração é tudo.
Futebol é emoção, mas só isso não basta.
Pênalti nada mais é do que uma falta que aconteceu dentro da grande área (para constar, grande área é a maior área marcada em torno do gol e pequena área é a menor área marcada em torno do gol). Mas, claro, não é só cair na área para ser pênalti. Se colocarem a mão na bola dentro da área também é pênalti (já que, só para lembrar, no futebol não é permitido colocar a mão na bola, é falta, portanto). Então se foi um passo fora da área é só falta. Mas o pênalti também entra em campo quando de um jogo precisa sair um vencedor mas termina empatado. O exemplo mais clássico, para os brasileiros é da final de 1994.
Se fôssemos comparar com outro esporte (dadas as devidas proporções e regras, claro) poderíamos pensar no basquete, mais precisamente no lance livre do basquete. A diferença mais visível é que enquanto o basquete tem apenas um jogador participando da ação no futebol temos dois – o goleiro e um jogador de linha. O handebol também tem disso, o tiro de sete metros. Mas não é nada disso que eu quero falar – e é ao mesmo tempo.
Vocês já pensaram no momento do pênalti. Aquele instante que antecede a saída da bola da marca. Para nós, meros torcedores, é fácil chamar o jogador que bateu e errou e XNU*EO&Ï&RTIYEOYETU assim como fica fácil exaltar o goleiro que pegou a bola e vice-verso. Mas além de técnica, e não há dúvida de que tem ter técnica, tem que ter treino, muito treino de bola e de emoção. Ai que entra o X da questão. A bola é importante mas controlar a emoção é fundamental. Clubes e seleções devem treinar isso com seus jogadores, até porque um dos dois jogadores vai perder aquele lance, mesmo que o goleiro não pegue a bola e ela vá, sim, para fora. Eu acho que são justamente dirigentes e jogadores que, junto com os torcedores, fazem este momento emocional que envolve o jogo e neste momento concentração é tudo.
Futebol é emoção, mas só isso não basta.
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Li num livro
Minhas leituras ultimamente estão tratando muito de futebol. Coisas da profissão de estudante que exerço nas minhas horas vagas. O mais recente,que terminei mesmo foi A Copa que ninguém viu e a que não queremos lembrar (Armando Nogueira, Jô Soares e Roberto Muylaert). Sobre o livro já escrevi no Leio Enleio. Aqui quero abordar alguns pontos que realmente aprendi com ele.
1.Deixar estádio pronto nas vésperas do evento não é coisa nova. O Maracanã, palco da final fatídica de 50, não estava pronto quando a Copa do Brasil de 1950 começou.
2.Na década de 50 a rivalidade entre Rio de Janeiro e São Paulo era tão grande que se escalava para os jogos no Rio mais jogadores cariocas e nos de São Paulo mais paulistas.
3.Estou chegando a conclusão que quando o empate basta para o Brasil é melhor que os jogadores não saibam. Eu não sabia, mas na final de 50 o Brasil só precisava empatar com o Uruguai.
4.Não é de hoje a mania que temo de colocar a culpa em algumas pessoas. A Copa de 50 foi a vez de Barbosa (o goleiro). Mas isso o livro só confirmou.
5.A Copa de 50 foi a primeira depois da Segunda Guerra Mundial. O Brasil, portanto, era o melhor candidato a sede porque, simplesmente, a Europa ainda estava destruída. A de 54 foi na Suíça porque era considerado um país neutro no conflito.
6.Teve uma tal história que em uma saída de bola o técnico brasileiro da Copa de 54 tentou trocar a bola do jogo pela que a seleção estava acostumada a treinar. Mas não foi só isso...
7.... depois do jogo que desclassificou o Brasil da Copa da Suíça, contra a Hungria, o time brasileiro partiu para a pancadaria. Uma vergonha! Esta foi a batalha de Berna.
8.Por falar em Hungria, os húngaros foram os primeiros a fazer aquilo que, hoje qualquer atleta sabe que tem que fazer, aquecimento. Segundo relatos dos autores os húngaros já entravam em campo suando e por causa disso quase sempre os dois primeiros gols eram deles e logo no início.
9.Na Copa de 50 o Brasil jogou de camisa branca com golas azuis em 54 já era a amarela, escolhida por ser uma das cores da nossa bandeira e por, com exceção da Suécia, não ter outra seleção com esta cor. A Suécia, aliás, foi a outra finalista da Copa de 58 e o Brasil teve de jogar com a camisa azul.
10.Desde sempre a Argentina é a grande rival do Brasil. Só a partir da era Pelé é que “passou a ser normal ganhar da Argentina.
11.Na década de 50 os árbitros usavam camisa amarela e calça cumprida branca, além de tênis, claro. Ah, “e não tinham coragem de marcar pênalti, a menos que a falta dentro da área fosse brutal”. Foram os árbitros ingleses que vieram apitar na Copa de 50 que começaram a marcar pênalti e a usar uniformes pretos, calções e chuteiras. Claro que o brasileiro não deixou por menos e os ‘pais do futebol’ foram recebidos com assobios e risadas até que o costume pegou.
12.Ninguém lembra da de 54 aqui no Brasil porque ela é um sanduíche, digamos assim, entre a nossa pior derrota (a final contra o Uruguai no Maracanã) e a nossa maior glória (o primeiro campeonato disputado contra a Suécia).
13.Frase do Armando Nogueira que eu adorei (uma das tantas que tem no seu texto). Trata da Copa de 50: “Pela primeira vez, que eu visse, os deuses do futebol decidiram castigar a soberba de uma nação”. Então vamos lá, que a próxima é aqui também.
1.Deixar estádio pronto nas vésperas do evento não é coisa nova. O Maracanã, palco da final fatídica de 50, não estava pronto quando a Copa do Brasil de 1950 começou.
2.Na década de 50 a rivalidade entre Rio de Janeiro e São Paulo era tão grande que se escalava para os jogos no Rio mais jogadores cariocas e nos de São Paulo mais paulistas.
3.Estou chegando a conclusão que quando o empate basta para o Brasil é melhor que os jogadores não saibam. Eu não sabia, mas na final de 50 o Brasil só precisava empatar com o Uruguai.
4.Não é de hoje a mania que temo de colocar a culpa em algumas pessoas. A Copa de 50 foi a vez de Barbosa (o goleiro). Mas isso o livro só confirmou.
5.A Copa de 50 foi a primeira depois da Segunda Guerra Mundial. O Brasil, portanto, era o melhor candidato a sede porque, simplesmente, a Europa ainda estava destruída. A de 54 foi na Suíça porque era considerado um país neutro no conflito.
6.Teve uma tal história que em uma saída de bola o técnico brasileiro da Copa de 54 tentou trocar a bola do jogo pela que a seleção estava acostumada a treinar. Mas não foi só isso...
7.... depois do jogo que desclassificou o Brasil da Copa da Suíça, contra a Hungria, o time brasileiro partiu para a pancadaria. Uma vergonha! Esta foi a batalha de Berna.
8.Por falar em Hungria, os húngaros foram os primeiros a fazer aquilo que, hoje qualquer atleta sabe que tem que fazer, aquecimento. Segundo relatos dos autores os húngaros já entravam em campo suando e por causa disso quase sempre os dois primeiros gols eram deles e logo no início.
9.Na Copa de 50 o Brasil jogou de camisa branca com golas azuis em 54 já era a amarela, escolhida por ser uma das cores da nossa bandeira e por, com exceção da Suécia, não ter outra seleção com esta cor. A Suécia, aliás, foi a outra finalista da Copa de 58 e o Brasil teve de jogar com a camisa azul.
10.Desde sempre a Argentina é a grande rival do Brasil. Só a partir da era Pelé é que “passou a ser normal ganhar da Argentina.
11.Na década de 50 os árbitros usavam camisa amarela e calça cumprida branca, além de tênis, claro. Ah, “e não tinham coragem de marcar pênalti, a menos que a falta dentro da área fosse brutal”. Foram os árbitros ingleses que vieram apitar na Copa de 50 que começaram a marcar pênalti e a usar uniformes pretos, calções e chuteiras. Claro que o brasileiro não deixou por menos e os ‘pais do futebol’ foram recebidos com assobios e risadas até que o costume pegou.
12.Ninguém lembra da de 54 aqui no Brasil porque ela é um sanduíche, digamos assim, entre a nossa pior derrota (a final contra o Uruguai no Maracanã) e a nossa maior glória (o primeiro campeonato disputado contra a Suécia).
13.Frase do Armando Nogueira que eu adorei (uma das tantas que tem no seu texto). Trata da Copa de 50: “Pela primeira vez, que eu visse, os deuses do futebol decidiram castigar a soberba de uma nação”. Então vamos lá, que a próxima é aqui também.
sábado, 9 de outubro de 2010
Mais do Glossário do futebol
Estou lendo o livro O futebol explica o Brasil, do jornalista Marcos Guterman. Espero em breve fazer um post sobre ele no Leio Enleio. Mas por enquanto (e neste espaço) gostaria de falar sobre algumas curiosidades apontadas pelo livro. Certamente elas podem se justar ao post sobre impedimento no que diz respeito ao glossário futebolístico que, por vezes, surge neste blog. Então vamos lá.
Quando falamos em um campinho simples, quase sempre sem grama, que aparece em um terreno baldio, de um bairro qualquer costumamos, pelo menos aqui no Brasil, chamar de campo de várzea. Tal denominação pode ser explicada lá nos primórdios do futebol em terras tupiniquins. Inicialmente o esporte bretão chegou ao país com um caráter essencialmente amador (e bom que se diga de elite). Em São Paulo a alta sociedade da cidade costumava se reunir na Várzea do Carmo “nas proximidades das ruas do Gasômetro e Santa Rosa” (Guterman, 2009, p. 20). Parece que eu estou vendo a sua cara perguntando ‘ué, mas se era da elite por que ficou conhecido como simples, sem condição?’. Para isso eu respondo: calma que chegaremos lá.
O que acontece é que os operários também começaram a organizar seus times já que não poderiam se juntar aos dos patrões (isso pelo menos desde 1903, segundo o livro que estou lendo). Estes times começam a se reunir justamente neste campo, da Várzea do Carmo. “O nome várzea, por esta razão, acabou servindo para designar qualquer time e qualquer campo com as características amadoras em jogos sempre aos domingos” afirma Marcos Guterman. Mas só para lembrar o significado de várzea para o dicionário que tenho em mãos e que foi comentado pelo professor Pasquale: “Campina cultivada. Planície de grande fertilidade. Terrenos baixos e planos, sem serem alagadiços, que margeiam os rios e ribeirões; vargem”.
O amadorismo e o profissionalismo disputavam forças em um cabo de guerra que parecia emocionante mas que mostrava que a tendência para o último era grande. Neste sentido o Vasco foi um dos times pioneiros, especialmente depois que foi realizada a fusão entre o clube de remo e o Lusitânia. Entre vários motivos os jogadores do Vasco, formado basicamente por negros e operários, eram atraídos para o clube por causa das promessas de “remuneração por vitória – às vezes em dinheiro, às vezes em troca de animais”(p. 54). Lembrando para os que não sabem: bicho é como é chamado o pagamento que os jogadores recebem por vitórias. Animais, bichos... Eu me diverti quando li isso!
E só para não dizer que não falei das flores, ou melhor de Charles Miller, lá vai. Ele não foi só quem trouxe o futebol para o Brasil ele também jogava bem e chegou a criar e/ou dar nome a um drible, a ‘chaleira’, também conhecida como ‘letra’. É aquele drible que “o jogador toca a bola por trás do corpo com o calcanhar” (p. 32). Segundo Marcos Guterman chaleira é uma “corruptela de ‘Charles’” (p. 32) e não tem nenhuma relação com a chaleira de esquentar água para fazer chá ou café.
Quando falamos em um campinho simples, quase sempre sem grama, que aparece em um terreno baldio, de um bairro qualquer costumamos, pelo menos aqui no Brasil, chamar de campo de várzea. Tal denominação pode ser explicada lá nos primórdios do futebol em terras tupiniquins. Inicialmente o esporte bretão chegou ao país com um caráter essencialmente amador (e bom que se diga de elite). Em São Paulo a alta sociedade da cidade costumava se reunir na Várzea do Carmo “nas proximidades das ruas do Gasômetro e Santa Rosa” (Guterman, 2009, p. 20). Parece que eu estou vendo a sua cara perguntando ‘ué, mas se era da elite por que ficou conhecido como simples, sem condição?’. Para isso eu respondo: calma que chegaremos lá.
O que acontece é que os operários também começaram a organizar seus times já que não poderiam se juntar aos dos patrões (isso pelo menos desde 1903, segundo o livro que estou lendo). Estes times começam a se reunir justamente neste campo, da Várzea do Carmo. “O nome várzea, por esta razão, acabou servindo para designar qualquer time e qualquer campo com as características amadoras em jogos sempre aos domingos” afirma Marcos Guterman. Mas só para lembrar o significado de várzea para o dicionário que tenho em mãos e que foi comentado pelo professor Pasquale: “Campina cultivada. Planície de grande fertilidade. Terrenos baixos e planos, sem serem alagadiços, que margeiam os rios e ribeirões; vargem”.
O amadorismo e o profissionalismo disputavam forças em um cabo de guerra que parecia emocionante mas que mostrava que a tendência para o último era grande. Neste sentido o Vasco foi um dos times pioneiros, especialmente depois que foi realizada a fusão entre o clube de remo e o Lusitânia. Entre vários motivos os jogadores do Vasco, formado basicamente por negros e operários, eram atraídos para o clube por causa das promessas de “remuneração por vitória – às vezes em dinheiro, às vezes em troca de animais”(p. 54). Lembrando para os que não sabem: bicho é como é chamado o pagamento que os jogadores recebem por vitórias. Animais, bichos... Eu me diverti quando li isso!
E só para não dizer que não falei das flores, ou melhor de Charles Miller, lá vai. Ele não foi só quem trouxe o futebol para o Brasil ele também jogava bem e chegou a criar e/ou dar nome a um drible, a ‘chaleira’, também conhecida como ‘letra’. É aquele drible que “o jogador toca a bola por trás do corpo com o calcanhar” (p. 32). Segundo Marcos Guterman chaleira é uma “corruptela de ‘Charles’” (p. 32) e não tem nenhuma relação com a chaleira de esquentar água para fazer chá ou café.
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Bisbilhotando o blog alheio
A palestra de Marcos Castiel para os alunos do curso de Jornalismo da Satc foi 10. Foi por ela que cheguei ao blog do Castiel. Gostei bastante.
Não vou conseguir me controlar....
Achei estranho e quero aqui perguntar:
O ex-técnico do Santos, Dorival Júnior, foi demitido pelo que estão dizendo que ele foi?
O que estamos fazendo com nosso ídolos, de novo?
Hoje era isso!
O ex-técnico do Santos, Dorival Júnior, foi demitido pelo que estão dizendo que ele foi?
O que estamos fazendo com nosso ídolos, de novo?
Hoje era isso!
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